Um dia desses, ouvindo uma belíssima e inspirada canção, um trecho dela me chamou a atenção, e também tocou minha alma, despertando a necessidade de expressar o que ela me dizia:
Imagino que todos a conheçam, pois fez bastante sucesso e ainda faz. Um colar de pérolas de letras e de sentimentos profundos, verdadeiros e com os quais todos nós podemos nos identificar.
E nestes dias de recolhimento e de isolamento social que nos foi imposto, por circunstâncias acima de nossas forças, de modo que possamos preservar a nossa saúde coletiva e o bem-estar de nossa sociedade, essas palavras se revestem de um significado que vale a pena buscar, sentir e viver.
O que realmente queremos em nossas vidas?
Buscamos estar de bem com o mundo ou com nós mesmos?
O que é mais importante, então, ser quem somos ou atender às expectativas daqueles a quem amamos?
Esse trecho da letra desta canção nos fala que o melhor da vida são os sorrisos e os presentes que a própria vida traz para perto de nós.
E como conseguir isso se não podemos ter tudo?
Sim, mas podemos ser felizes com o que temos e o que somos, desde que aceitemos a nossa peculiaridade, que nos faz diferentes da maioria, entendendo-a como nossa força e nossa virtude. Dar expressão a ela, viver nossos desejos, mas não nos permitirmos ser reféns das nossas emoções, uma vez que não somos nossas emoções, apenas necessitamos delas para reagir ao mundo e nos afirmarmos como uma pessoa perante ele, pois emoção é sentimento em movimento. E expressa e revela nossa individualidade.
Quando estamos bem resolvidos com os nossos desejos, vivendo-os sem comprometer o próximo, vamos conquistando sorrisos na pessoa mais importante do mundo para nós:
Nós mesmos!
Posso me alegrar?
Já está passando da hora de compreendermos, como caminhantes e aprendizes na escola do universo, que somos seres Divinos por excelência. Que cada um de nós possui um cabedal de recursos e talentos que precisa ser revelado, vivido e compartilhado. Temos conhecimento, amadurecimento e entendimento da vida o suficiente para passarmos por qualquer período de adversidade e revezes com serenidade. Maturidade se sustenta em aceitação e flexibilidade.
E poder compartilhar o melhor que já somos e o bem que pudermos realizar com ele é a fraternidade ensinada pelo Cristo. Que cada um dê ao outro esse bem. Os presentes que recebemos são os que a vida nos traz. Quanto mais se dá, mais se recebe. Sempre colheremos o bem que semearmos. É uma sensação de dever cumprido, gratidão e alegria de poder contribuir e retornar ao universo o que recebemos de bom e de bem d’Aquele que tudo provê.
Esse é o chamado, a hora de darmos o testemunho do que queremos para nós, para o nosso próximo e para o nosso planeta.
Nossos presentes
Ao nos recolhermos em nosso lar e dar uma olhada ao nosso redor, com um olhar mais humilde e de aceitação, poderemos perceber todos os presentes que a vida nos trouxe.
Começando pelo básico, temos um lar, uma oportunidade de repouso, temos alimento. Temos alguém que nos conforta, nos aguarda, nos espera e nos dá afeto, mesmo que às vezes, ou nesse momento, esteja distante. Amor verdadeiro resiste e supera qualquer distância.
Temos conhecimento, temos fé, temos esperança. Temos confiança na vida futura. Temos a certeza que tudo passa e tudo passará e será para melhor.
Por isso o mais importante na vida é conservar a alegria, pois ela suaviza nossos passos, alegra nosso irmão e preenche nosso coração de energia positiva.
Há ainda aqueles que se deixam abater pelo medo da doença, pelo pânico e pelo desespero. É preciso aqui lembrar das palavras de Jesus a Pedro, quando ele se deixou abater quando o Mestre o convidou a caminhar sobre as águas turbulentas:
O tamanho da fé
Estamos passando por um grande momento em nossa história como espíritos imortais, em que o próprio Jesus está estendendo a mão a cada Pedro que vive dentro de cada um de nós.
Neste momento de tribulação é a hora de darmos o testemunho de nossa fé, manter nosso olhar nos olhos afáveis e amorosos de Jesus. Confiar e seguir adiante.
A fala d’Ele é bem assertiva, não sejamos homens de pouca fé! Basta que ela seja do tamanho de um grão de mostarda. Que cada ser humano tenha fé em si mesmo, isso já é o bastante, respeitando-se, aceitando-se como é, perdoando a si mesmo, seus desacertos, sua incapacidade de acertar sempre, mas de tentar a cada nova oportunidade fazer melhor. Essa é a porta do caminho do Reino de Deus que se encontra dentro de nós, num recanto da nossa alma que todos nós temos e que se chama força de vontade.
É querer e agir, dar o primeiro passo e seguir, apesar dos tropeços.
Jesus perto de nós
Não estaremos sós, pois Ele disse um dia que voltaria. Pois digo que Ele já voltou. Onde O encontramos? Vamos lembrar, pois a letra da música Trem-bala nos mostra:
- “É saber que alguém zela por ti” e você zela por alguém. Não disse Ele que seríamos reconhecidos por muito nos amarmos?
- “É sentir-se infinito”, pois todos somos um e cada um de nós é um com o Cristo e com o Pai Celestial. Nosso cristo interno começa a abrir os braços para o Cristo Cósmico.
- “É ser abrigo e ter morada em outros corações”. Isso é ser fraterno, estender a mão e dar a verdadeira caridade do afeto, do acolhimento e da palavra. A caridade é Jesus agindo através de cada um de nós.
- O dinheiro tudo pode comprar, mas somente os sorrisos acesos nos olhares alheios ilumina a nossa alma de paz, conforto e gratidão. Isso é Jesus pertinho.
- E apenas mais um exemplo, pois poderíamos fazer uma lista interminável. É preciso abraçar as pessoas que amamos enquanto podemos e não perdermos essa oportunidade, pois, por ironia, estamos vivendo hoje esse dia de querermos abraçar e não poder.
Mas que isso não nos deixe tristes. Vamos aguardar a hora do reencontro, e vamos pensar, como é bom acender um sorriso nos olhos de quem amamos. A certeza desse momento que virá é a esperança que nos preenche. É o testemunho da nossa fé para continuarmos a caminhar sobre águas turbulentas e poder abraçar ao Cristo que nos aguarda nos braços de nosso irmão.
Um grande abraço a todos!
O Deus em mim saúda o Deus que habita em você.
“Namastê”!
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