Recentemente, com a notícia de uma nova guerra na Europa, a humanidade se vê em um momento de grave risco, buscando entender sobre a origem das guerras. É que a guerra que afeta a população local, que destrói cidades, que gera prejuízos e custa inúmeras vidas, ainda pode ser precursora de males em um nível ainda maior.
O conflito entre dois países, que podem até estar geograficamente distantes de onde nos encontramos, afeta não só os envolvidos, mas o mundo inteiro. Mais do que nunca, percebemos que a Terra é a casa de todos nós. O que acontece com um país, impacta nos outros, porque estamos todos interligados.
Nesse artigo vamos conversar sobre essas questões: Por que em um mundo que já conhece exemplos e conceitos de não-violência ainda permanece o monstro destruidor da guerra? Existe alguma correlação entre os conflitos externos dos países e os internos não resolvidos de cada pessoa? Qual a verdadeira origem das guerras? O que se pode fazer nestes casos? Que medidas tomar?
Conflitos e origem das guerras
O fato é que a maioria das pessoas diz que gostaria de viver em um mundo sem guerras, onde houvesse respeito e paz. Bem, quando dizemos a maioria, é porque ainda existem alguns indivíduos com instintos animalizados de dominação e poder, de egoísmo, de violência e de agressividade, que aberta ou veladamente gostariam de fomentar as guerras e ver as armas de destruição em funcionamento.
Como conceber que em pleno século XXI, o ser humano ainda é capaz de mobilizar forças e armas para invadir, dominar, matar e destruir? Será que os séculos de histórias e de consequências das guerras nada ensinaram à humanidade?
As cenas de guerras noticiadas, muitas vezes ao vivo nos jornais ou na internet, são sempre tristes e desoladoras. Então, por que ainda acontece? Por que repetir algo que desde os tempos tribais existe, e que com o avanço tecnológico proporcionou o surgimento de armas cada vez mais letais?
Enfim, como começam as guerras? Quem são os responsáveis?
O que acontece dentro, se materializa fora
Vamos lembrar que aquilo que acontece no macro, muitas vezes iniciou-se no micro, aquilo que aparece no externo, já existia no interno. Quando acontece um conflito entre nações, esse conflito já vinha acontecendo em grupos menores, em proporções diminutas. E o menor grupo que podemos conceber é a família. A família é a formadora e a base da sociedade.
Portanto, podemos dizer que as discussões e as dificuldades de relacionamentos que acontecem dentro das famílias, com seus membros, são as precursoras dos desentendimentos que aparecem em âmbito maior, no caso das guerras.
E mesmo entre as famílias, ainda existe um micro, que diz respeito a como se encontra cada membro que compõem cada família. Assim, a origem das guerras está no próprio indivíduo em desequilíbrio.
Porque existem pessoas que estão em guerras íntimas, onde dentro de si vivem pensamentos e sentimentos em graves conflitos. Divididas internamente, estão de mal com a vida, carregando mágoas, ódios e ressentimentos não dissolvidos, que posteriormente são projetados em forma de atitudes agressivas e desequilibradas, contra aqueles com quais convivem.
Alguns conseguem até usar máscaras sociais capazes de disfarçar o seu mal-estar interno, quando estão com os de fora, amigos e colegas, mostrando para estes, o seu lado gentil. Mas quando em casa ou com as pessoas mais próximas, sejam cônjuges, pais, filhos, irmãos, aqueles que tem mais intimidade, para esses, deixam transbordar a sua realidade adoecida, agressiva, belicosa e difícil. Por isso, é tão importante conhecer a própria realidade interior, para ter atitudes saudáveis.
Origem das guerras e o medo
“E ouvireis de guerras e de rumores de guerras; olhai, não vos assusteis, porque é mister que tudo isso aconteça, mas ainda não é o fim.” Jesus em Mateus 24:6.
No Sermão Profético, Jesus fala dos testes que a humanidade passaria até a transição planetária ser concluída e o quanto seria importante ter o medo sob controle.
No livro de espiritismo Nosso lar, de André Luiz, no período da Segunda Guerra Mundial, alguns dos moradores da cidade espiritual de Nosso Lar foram tomados de medo. Vamos lembrar que plano físico e espiritual estão em estreita relação e se influenciam mutuamente. O que acontece em um repercute no outro e vice-versa.
Para isso, o Governador de Nosso Lar fez um pronunciamento, objetivando dissipar o medo. Além do esclarecimento quanto a confiança na divindade, cursos de como lidar com o medo foram instituídos. A esse respeito, Narcisa, esclarecendo sobre o medo, diz: “a elevada porcentagem de existências humanas estranguladas simplesmente pelas vibrações destrutivas do terror, que é tão contagioso como qualquer moléstia de perigosa propagação. Classificamos o medo como dos piores inimigos da criatura, por alojar-se na cidadela da alma, atacando as forças mais profundas.”
E, sobre o medo
O medo paralisa as atitudes nobres, impede uma visão clara da situação e junto com o ódio constituem dentre as emoções e sentimentos aqueles de mais densa emissão vibratória. Proporcionando assim, prejuízos emocionais e sintonias espirituais deletérias. No polo oposto encontraremos o amor e a compaixão como os sentimentos de mais elevadas vibrações. Por isso, onde há amor, não há medo, mas por outro lado, onde surge o medo, o amor se dissipa.
A respeito do medo, Ermance Dufaux no livro Emoções que curam, nos traz um verdadeiro tratado sobre essa emoção e que merece muito ser estudado. Nos diz a benfeitora que “(…) o medo é um excelente indicador de que existe algo a ser descoberto, enfrentado e transformado em nós. É um sentimento mobilizador cuja função no cosmo emocional é proteger e também instigar atitudes diante de pressões ou ameaças.”
O medo quando não trabalhado leva a criatura a esconder as próprias potencialidades, fugindo das responsabilidades e experiências necessárias, assim como nos ensinou Jesus na parábola dos talentos (Mateus 25:14 a 30).
A importância do autoconhecimento na origem das guerras
Compreendendo que aquilo que sentimos, pensamos e fazemos, repercute em uma emissão vibratória condizente à qualidade do que foi emitido. Então o desequilíbrio de qualquer ordem afeta a psicosfera do planeta, favorecendo um ambiente espiritual belicoso.
Por isso, é importante cuidar da qualidade do que se pensa, sente, age ou fala.
Algumas perguntas se respondidas sinceramente podem ajudar qualquer um que deseje a se orientar melhor quanto ao como se encontra, para ter a oportunidade de criar um ambiente íntimo de paz.
Como você está intimamente? Na maior parte do tempo, como se sente? Para onde vão seus pensamentos quando você está sem a presença de alguém? O que te interessa e fixa a sua atenção? Como estão os seus diálogos mentais? Quais são os temas que mais te atraem? E a qualidade destes temas? Você sente que é uma boa companhia para si mesmo? Consegue se sentir em paz quando está a sós?
Essas questões são muito importantes, porque o como se encontra, o como estão os próprios pensamentos, sentimentos e atitudes, antecipam o que provavelmente irá transbordar de cada um na qualidade da convivência com as pessoas que estão próximas. Em nosso artigo “Na Jornada do Autoconhecimento”, publicado aqui mesmo no blog da Editora Dufaux, é possível encontrar um roteiro para essa conquista tão importante: a do autoconhecimento.
Por fim…
Por isso, é tão importante buscar estar bem. Cuide da sua saúde emocional e espiritual. Cuide de estar em paz para conseguir criar esse ambiente onde estiver.
Assim, a melhor contribuição que se pode dar para acabar com a guerra é si pacificar. Não adianta ficar julgando que tal país não deveria ter feito isso ou aquilo, se na sua vida você dá, mesmo que em um nível menor, mostras de agressividade e ofensas.
A proposta da solução está no Evangelho que é agir de forma saudável, pela conquista dos valores do discernimento, da confiança, da amorosidade, da coragem de viver, que são saúde para lidar com os relacionamentos oferecendo a luz da paz e do equilíbrio, da fraternidade e da compreensão que se deseja ver no mundo.
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