PORQUE É DIFÍCIL NOS VOLTARMOS PARA NÓS
Se eu não sei quem sou, como posso valorizar-me? Como posso saber do que sou capaz se desconheço o vasto (mais ainda limitado) conhecimento que já adquiri em minhas longas caminhadas evolutivas?
Faço uso das palavras de Ednei Procópio, editor e escritor brasileiro, as quais nos dão uma fabulosa ideia sobre o que estou mencionando. Diz ele:
“Quem se desvenda, desvenda o conhecimento não
apenas de quem somos, mas também do mundo do
qual fazemos parte e estamos inseridos.”[1]
Se eu me conhecer, sentirei mais segurança sobre a minha capacidade diante das experiências boas ou não tão boas do meu viver. Se eu me conhecer, não viverei sempre receosa de não dar conta de mais um dia, de mais uma dificuldade. Se eu me conhecer, desejarei ser, novamente, a minha melhor amiga.
“Por meio do autoconhecimento, se percebe o grande
desconhecido que ainda se é para, então, fazer
contato com o amigo que habita em si mesmo,
no simbolismo do encontro com o Eu superior.”
(Conecte-se a você – Rodrigo Ferretti)
O problema é que está difícil nos voltarmos para nós porque, depois de tanto tempo focados no externo, esquecemos de qual caminho tomarmos para chegarmos até a nossa essência.
NÃO PRECISAMOS TEMER QUEM SOMOS
Quem não tem medo do desconhecido? Podemos até enfrentar os nossos medos e até gostar da adrenalina que é acionada ao enfrentarmos o novo, mas isso não significa que o frio na barriga não venha, que não teremos um certo temor em enfrentar o que parece não conhecermos.
Penso que, dentre outros comportamentos, tememos quem somos porque temos o hábito de nos fixarmos:
- nos resultados de nossos erros;
- nos momentos em que nos vemos à mercê do julgamento alheio, pensando que não fomos bons o bastante naquilo que nos esforçamos para executar;
- nas emoções e sentimentos não tão bons que borbulham e se externam, mostrando a nós e ao mundo quem ainda estamos…
Fixamo-nos tanto naquilo que nos envergonha que não percebemos ou não valorizamos as nossas virtudes ou, se as percebemos, achamos que é nossa obrigação agir “com elas”, esquecendo que elas são fruto de um custoso aprendizado nosso. Pergunto, então:
- Como não as valorizar?
- Como não nos darmos o crédito por tê-las conquistado e, principalmente, tendo-as como base em cada escolha?
Se tememos nos confrontar, quando desejaremos nos autoconhecer? Se não nos conhecemos, não confiamos que somos capazes de viver com outro alguém ou enfrentar as circunstâncias rotineiras que nos chegam.
“Estando conectados a nós mesmos, o nosso
posicionamento diário não turva nossas visões
e não cria atrito com aqueles que nos cercam.”[2]
Ora, se sei quem sou, se sei quais seriam as minhas reações diante do outro e da vida, se sei de minhas limitações ou do quanto posso ir além, nada do que vier do exterior me depreciará. Tudo virá como um bom acréscimo ao meu crescimento. Diria eu, mais contundentemente, “aprendizado adquirido, ferramenta apta para o progresso íntimo”.
QUAL A MEDIDA DO NOSSO SOFRIMENTO?
Precisamos urgentemente ingressar em uma jornada para o nosso autoconhecimento para que não nos abandonemos nos caminhos que podem se tornar tortuosos e desesperadores quando não sabemos que temos condições de percorrê-los.
“O autoconhecimento continua sendo a chave
para a compreensão da vida, das relações e,
principalmente, de si mesmo.”
(Conecte-se a você – Rodrigo Ferretti)
Ficaríamos surpresos se nos déssemos a oportunidade de viajar para dentro de nós, porque ao buscarmos saber quem somos estaremos nos dando a chance de conhecer alguém muito especial, alguém que detém toda a gama de conhecimento que colheu em todas as suas vivências e que está à nossa disposição.
Infelizmente, por escolha nossa, esse conjunto de saber está sufocado por conceitos e convenções superficiais adquiridos agora e acreditamos que são os únicos valores a ser
ponderados. E a razão de eles estarem sufocados é porque estes novos valores estão no nosso mundo exterior, onde buscamos as respostas.
Normalmente, tais valores são trazidos pelas pessoas que amamos e pela sociedade em que vivemos, nos dizendo quando e como devemos nos portar.
Então, eles deveriam ser desconsiderados? Claro que não. Não são valores descartáveis, mas sim acumuláveis. No entanto, se a vida nos traz experiências que estão de acordo com o que já aprendemos, é de extrema necessidade que confrontemos os valores de hoje com o que já temos em nós para que, a cada oportunidade de crescimento, nos enxerguemos munidos de ferramentas aptas à prova vivenciada.
Imaginem o quanto desperdiçamos de nossa potencialidade, de nossa capacidade e força somente por que não sabemos que as possuímos? Quantas experiências poderiam ser ultrapassadas com menos traumas somente pelo fato de termos consciência da nossa real capacidade e entendimento sobre aquilo que estávamos enfrentando. É isso que o autoconhecimento nos traz.
“Quantas pessoas vivem em um subaproveitamento
das próprias forças e potencialidades, por mero
desconhecimento de si mesmas?”
(Conecte-se a você – Rodrigo Ferretti)
PARA COLOCARMOS EM PRÁTICA
Então, como fazermos para nos autoconhecer? Uma das respostas a essa pergunta é muito simples: escute-se mais. [3]
Quantas vezes você se vê arrependido de ter agido como agiu, mesmo quando uma vozinha interior dizia para não se arriscar? quando uma sensação desconfortável lhe dava um sinal que algo não estava sendo considerado ao colocar em ação determinado projeto?
Nós não costumamos nos ouvir; desconsideramos o que o nosso espírito nos fala simplesmente porque não nos conhecemos, não nos enxergamos sábios e portadores das respostas que procuramos para a solução de nossas difíceis experiências.
Faço uma última pergunta: quantas vezes questionamos o porquê de estarmos passando por algumas circunstâncias dolorosas, culpando a Deus pelas dificuldades enfrentadas? Se nos conectássemos conosco, perceberíamos que, se estamos vivenciando um momento desconfortável, é Deus nos dizendo que, para vivenciarmos tal experiência, as ferramentas nós temos e, somadas ao que estamos aprendendo agora, conseguiríamos “lubrificá-las” ou “afiá-las” para a tarefa a ser enfrentada.
Se não sabemos quais ferramentas possuímos, não as usaremos e, com certeza, sentiremos dificuldade de abraçar esta vida de provas.
CONECTAR-SE CONSIGO…
… não é sairmos vencedores de nossas experiências, porque isso é secundário. Conectarmo-nos conosco é desfrutarmos do caminho que poderá nos levar ao sucesso de nossa empreitada.
Esse proceder nos dá subsídios para refletirmos e, com isso, vivermos cada momento, fazendo-nos sempre mais e mais seguros para vivenciarmos a próxima circunstância que nos é trazida pela vida.
MEUS AGRADECIMENTOS
Quero agradecer ao autor Rodrigo Ferretti, pela sua obra Conecte-se a você que serviu de base a esse meu texto de reflexão.
Ela me fez sentir-me munida de instrumentos que me ajudarão nesta jornada de autoconhecimento porque me trouxe novas ferramentas para o meu caminhar fortalecido, para que eu possa recuperar a minha confiança quando eu esquecer o quanto é importante saber quem sou e, com isso, ter noção do quanto ainda poderei ir além.
“Conecte-se mais a você […], e aí então responda: o que seria
diferente na sua vida hoje, se você se escutasse mais?
Não ignore a resposta e, se perceber que é importante,
faça novas escolhas e permita que a sua
vida siga por novos rumos.”[4]
Adriana Machado
[1] Elaborador da sinopse do livro Conecte-se com Você, de Rodrigo Ferretti – lançamento da Editora Dufaux.
[2] Elaborador da sinopse do livro Conecte-se com você – Rodrigo Ferretti.
[3] Conecte-se a você – Capítulo 4 – Rodrigo Ferretti.
[4] Conecte-se a você – Capítulo 4 – Rodrigo Ferretti.
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