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Médiuns saneadores

Eu estava em uma fila de banco pagando uma conta. Era o terceiro na ordem para chegar ao caixa. Não via a hora de cumprir com aquela obrigação. Filas sempre causam ansiedade.

De repente senti algo como uma gelatina quente sendo jogada nas minhas costas. Por impulso passei a mãos nos ombros para me certificar o que era aquilo, e olhei com uma expressão de interrogação para uma senhora que estava logo atrás de mim. Ela também me olhou como se dissesse: o que você está me olhando?

Ao passar a mão constatei que não existia nada. Minha roupa estava limpa. Dei uma olhada na fila para ver se alguém poderia ter feito aquilo e constatei que a última pessoa na longa fila estava diferente.

Ela parecia ter na cabeça um vulcão em erupção espalhando uma matéria gosmenta e gelatinosa, que era jogada para cima e para os lados acertando em várias pessoas ao redor. Como ninguém reclamava e parecia nem se incomodar com aquilo, logo percebi que estava tendo um transe mediúnico seguido de uma clarividência. Olhei então para a senhora como se me desculpasse, e ela ficou na dela como a dizer: que homem estranho!

Fiz então o que sempre faço quando tenho essas percepções mediúnicas. Orei e pedi o amparo e a presença dos amigos espirituais. E logo me apareceu dona Modesta, um espírito que tem sido uma mãe e benfeitora para mim. Ela veio em meu socorro e me disse:

– Meu filho precisamos fazer algo por aquela mulher. Ela está em dor profunda. Recebi um pedido do pai dela que está aqui no mundo espiritual.

– Sim dona Modesta, como posso ajudar?

– Eu preciso que você vá ficar atrás dela para usarmos uma técnica de libertação.

Meio a contragosto, mas com desejo de ajudar aceitei o pedido e fui para o último lugar na fila. Quando passei pela senhora que vinha logo após mim na fila, ela me fuzilou com o olhar. Enquanto não cheguei ao último lugar na fila ela não parou de me olhar como se dissesse: é louco mesmo!

Quando estava pronto, perguntei a dona Modesta o que faço? E ela me disse:

– Vamos precisar que você encoste as duas mãos nas costas da mulher.

Eu fiquei desorientado. Como iria fazer aquilo ali com uma pessoa que nem conhecia. Eu contra argumentei com dona Modesta.

– A senhora tem certeza que precisa ser assim? Não há outro jeito?

– Não meu filho. Nesse caso não!

Parei de pensar e fui fazer aquela coisa de louco. E como se tivesse me desequilibrado amarrando os sapatos, tombei para frente e me apoiei na mulher, pedindo a ela mil desculpas pelo ocorrido e sorrindo como se estivesse morrendo de vergonha. E estava mesmo!

Ela graças a Deus não achou ruim e ficou tranqüila apesar de seu estado emocional.

Passei então a observar que o simples contato com o corpo dela imantou às minhas mãos alguns fios que lembravam fios finos de macarrão talharim, bem flexíveis e cor de creme. Era como se um chiclete estivesse grudado entre minhas mãos e as costas da mulher. Imediatamente aquele “vulcão” sobre a cabeça dela parou de expelir aquelas coisas.

Comecei então a sentir uma irritação, uma raiva tão grande, e pedi socorro para dona Modesta. Ela me orientou:

– Pois é meu filho. Essa energia é de ódio. Está mulher foi profundamente lesada na vida recentemente e está tramando um suicídio. Essa matéria que lhe sai da cabeça são fluidos de desgosto e infelicidade. Está muito atormentada.

– E o que eu faço agora dona Modesta, porque parece que tudo passou para mim.

– Temos que sair imediatamente desse lugar e procurar um ambiente de natureza aqui bem perto.

Por fim guardei minha conta na pasta desisti de pagá-la e sai do banco. Uma terrível sensação de dor na alma. Parecia que tinha o corpo coberto por uma gelatina que melava e possuía muito calor.

Havia uma pracinha arborizada bem perto. Fui para lá e recebi diversas orientações de dona Modesta sobre como me alimpar daquela força estranha usando pulsos apometricos. Era uma matéria densa e pegajosa. Segundo a minha benfeitora é a energia da mágoa profunda que costuma causar doenças reumáticas severas com apenas alguns meses de alojamento no corpo perispiritual.

Estava terminando as técnicas em oração, quando abri os olhos e quem estava na pracinha parada em pé e me olhando? Aquela senhora que estava atrás de mim na fila. Agora com certeza ela não tinha mais dúvidas sobre minha insanidade… rsrsrsrsrs

***

Escrevi sobre essa minha experiência para destacar um assunto que julgo muito necessário ser discutido.

Os médiuns são muito preparados nos centros espíritas para examinarem a influência dos espíritos em sua vida, mas não são preparados para reconhecer e identificar as influências energéticas em sua sensibilidade extra-sensorial.

Por essa razão, os trabalhadores da mediunidade não aprendem a distinguir situações práticas da experiência mediúnica, e examinam a maioria de suas vivências espirituais como sendo atuações de entidades desencarnadas, sendo que existe um leque de ocorrências que envolvem o transe mediúnico e que não estão necessariamente vinculados à presença de espíritos.

No caso que contei, retirando as orientações que recebi de dona Modesta, todo o restante do acontecimento, envolveu muito mais a habilidade anímica de examinar e identificar aspectos energéticos que mediúnicos.

A esse respeito, o livro de espiritismo “Servidores da Luz na Transição Planetária”, do autor espiritual José Mario, que lançamos no mês de dezembro de 2012, traz orientações muito valiosas sobre o trabalho e a tarefa dos chamados médiuns saneadores, que são aqueles cuja faculdade é muito útil no asseio de lixos astrais em pessoas e ambientes. Uma tarefa para qual os médiuns de uma forma geral terão benefícios amplos para sua autodefesa e também no socorro ao próximo.

Retirei um pequeno trecho do livro para que tenhamos uma ideia do que pode fazer um médium saneador, com ou sem interferência dos espíritos: “Os médiuns saneadores podem executar funções terapêuticas pouco ordinárias ao senso comum, tais como: remoção de tecnologia parasitária, alinhamento de chacras, limpeza de clichês e morbo psíquico na aura carregada, desobstrução de chacras (inflamação e infecção larvária), eliminação de Goécia (magia negra), asseio de cordões energéticos, limpeza por meio do vampirismo assistido, domínio sobre elementais, exoneração de matérias mentais de sentimentos tóxicos, vitalização pelo passe magnético, choque anímico com ativação de chacras profundos do corpo mental, puxada de aura coletiva, limpeza de ambientes, destruição de endereços vibratórios em carros, objetos e bens materiais, liberação de mágoa, angústia e outros excrementos mentais que se alojam no corpo físico, e os tão populares trabalhos de “benzimento de mau-olhado” e “fechamento de corpo”, entre outras atividades.”

Muitos médiuns, por falta de preparo para lidar com forças astrais e também sobre como se comportar para se proteger, carregam consigo aquilo que pertence a ambientes ou a outras pessoas, trazendo para sua vida uma dose de sofrimentos que poderiam ser evitados se fossem treinados para saber como se conduzir em tais situações.

Sugiro que os interessados procurem ler e estudar o livro “Servidores da Luz na Transição Planetária”. Temos recebido um ótimo feed-back sobre a obra, porque mesmo que você não seja médium no sentido mais amplo do termo, todos nós, em algum grau, vivemos a experiência da troca energética nas relações humanas e com os ambientes de nossa convivência.

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Wanderley Oliveira

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