“Ela chorava e pedia silenciosamente por sua mãe, para que se curasse e Deus desse a ambas uma nova chance de recomeço. Muitos outros pedidos foram feitos no desespero de uma filha que se sentia extremamente culpada pelos atos do passado.” (Machado, Adriana. Nem tudo é carma, mas tudo é escolha).
Este mês de maio sempre faz voltar os nossos corações e pensamentos àquela que é, ou sempre foi, um aconchego, um amparo, um abrigo.
Todos nós temos um laço inquebrantável com aquela que é ou foi nossa mãe. Estando viva ou já tendo ido para as paragens espirituais, nos deixa uma lembrança, um exemplo, um calor amoroso que jamais é esquecido e nos tranquiliza a alma.
Mesmo nos momentos mais duros e difíceis de nossa vivência em relação à ela, mesmo quando é ela que não atende a todas as nossas expectativas, nos ferindo as emoções ou traumatizando-nos com a sua postura, por vezes até inadequada, não conseguimos nos desvincular emocionalmente de quem ela é ou do simples fato dela existir, sentindo que uma parte de nós morre ou se sente traída ao não podermos mais estar ou contar com ela.
Na maioria das vezes, as mães são mulheres especiais que nos amam por inteiro e se doam aos seus filhos com o máximo do amor com que são capazes amar. São mulheres que chegam ao ponto de pensar mais no bem-estar dos seus filhos do que em si mesmas.
POR QUE AS MÃES SÃO ASSIM?
Se utilizarmos as explicações do livro de espiritismo “O livro dos Espíritos”, item 890, os espíritos nos informam que o amor maternal é uma virtude, mas também um sentimento instintivo.
Esse instinto, trazido desde o reino animal em sua primariedade, leva a mãe a preservar o seu filhote enquanto ele está incapacitado de se proteger sozinho, mas que o deixa seguir quando não mais necessita dela.
Essa postura vai sendo aprimorada por meio da nossa caminhada evolutiva, e se torna uma virtude associada ao instinto (ainda muito presente em nós), fazendo com que a mãe continue a proteger e amparar o seu filho, mesmo depois dele se tornar independente e autossuficiente.
Para uma mãe, os seus filhos continuarão seus filhos pela eternidade afora.
“Como será a minha vida sem o meu raio de sol?”, pensava ela. “Tudo pareceu perder o brilho, o sentido de ser vivido. Oh, meu Deus. Por que levou embora o nosso filhinho? Isso não é justo.” (Machado, Adriana. Perdão: a chave para a liberdade)
O QUE LEVA UMA MÃE A AGIR COM TAMANHA DEVOÇÃO?
Poderíamos dizer que tudo faz parte de um planejamento divino para o nosso crescimento, mas vamos destrinchar isso um pouquinho mais.
Aprendemos com os espíritos que esse amor maternal é um sentimento instintivo e uma virtude. Poderíamos pensar, equivocadamente, que não temos qualquer responsabilidade pela forma que agimos como mães, porque, se não temos essa conquista, não temos responsabilidade nisso a partir do momento em que tudo estaria sendo fornecido para nós pela Providência Divina. Então, se não sou amorosa, não me foi dado condições para isso.
Mas essa não é a verdade!
Somos nós que construímos, pedra sobre pedra, as virtudes que portamos. Mesmo que tenhamos suas sementes em nossa essência, ainda assim, cabe a cada uma de nós esse papel de protagonistas ativos para ampliá-las e aprimorá-las em nosso ser.
A cada experiência, vamos aprendendo o que é amar e ser amado e, na maioria das vezes, esse processo se dá na prática, quando vivenciamos uma ligação mais forte de amor com alguém através dos laços reencarnatórios, por exemplo.
O que é evidente para todos nós é que, de todas essas relações de amor, a que tem origem na maternidade é a mais movimenta as energias para o desprendimento e dedicação.
TER UM FILHO SIGNIFICA AMAR?
Quero fazer aqui um adendo. Ter um filho, não significa ser mãe, muito menos amá-lo.
Em “O Livro dos Espíritos”, vemos que eles nos elucidam sobre a existência dessas mães que não amam os seus filhos (questão 891). Necessitamos aceitar que alguns espíritos ainda precisam aprender a amar, principalmente se o seu filho foi um inimigo terrível do passado ou vice-versa.
Ainda, se estamos todos em um gradativo curso para a nossa evolução, alguns espíritos têm a necessidade de abraçar essa posição de mães para começarem a entender o verdadeiro significado de um amor mais verdadeiro, mais dadivoso. Mas, não é porque somos mães que teremos um amor puro e cristalino.
Não! Estamos aprendendo a amar e isso significa que já podemos ter aprendido algo sobre o amor, mas ainda podemos contaminá-lo com as nossas verdades equivocadas e exageradas, fazendo com que nos arrependamos quando tomamos essa consciência.
Ainda, quantas mães não geraram os seus filhos, mas os tiveram em seus corações e os aguardaram com paciência e muita determinação para achá-los? Estas são as mulheres que se fizeram mães para se doarem aos seus filhos com tudo o que há de mais magnífico nesta função.
E SOMOS MÃES SOMENTE DE NOSSOS FILHOS?
Quando mães, temos incrustados em nós esses instintos maternos que nos levam a agir com devotamento e abnegação em favor de um outro alguém. E percebam o que eu acabei de dizer: outro alguém, não de seu filho tão somente!
Quando somos mães nos tornamos mães de todos os pequenos filhos que necessitam de auxílio. Quantas vezes nos vemos atendendo a um chamado do filho de outra mãe? Quantas vezes nos vemos auxiliando uma criança perdida e somente nos afastamos dela quando temos a certeza de que ela estará a salvo?
Tal postura advém dos instintos de preservação e de sobrevivência da espécie, mas também das virtudes obtidas, para que possamos, com as oportunidades que a vida nos oferece, ampliar o tesouro mais importante a ser conquistado: o amor incondicional.
SERMOS MÃES E TERMOS MÃES
Para a nossa evolução, termos quem nos ama nos acalenta a alma, mas amarmos seja a quem for (filhos ou não), nos transforma e nos sustenta para seguirmos mais além.
Sermos alvo dos exemplos de carinho e abnegação de uma mãe é uma oportunidade para cada um de nós aprendermos como agir perante o próximo.
Mas, sermos mães e colocarmos em prática aquilo que já aprendemos é glorioso e divino.
FUNÇÃO DE UMA MÃE
“Quando fiquei mais velha, não valorizei nenhum dos seus sacrifícios, sempre querendo ser atendida nos meus mais excêntricos gostos. Mamãe nunca reclamava.” (Machado, Adriana. Nem tudo é carma, mas tudo é escolha)
Todo esse processo, nos leva a perceber que, sejamos nós as mães ou os filhos que as valorizam (ou não), o exemplo de uma mãe será sempre a semente depositada no nosso jardim da vida para que, frente aos sentimentos que lhe são inerentes, percebamos como é bom amar e ser amado.
Como espíritos que somos, termos essas oportunidades, trazidas para nós como sementes que brotam em nossa essência pelo nosso desejo de aprender ou sentir, nos dá uma bela experiência para agirmos no futuro com mais devotamento e amor ao próximo.
Assim, diante de tudo o que ponderamos, podemos entender o quão é relevante o amor materno para o nosso ser, estejamos nós em qualquer posição desta relação.
Por isso, a Providência Divina atua em nossa existência, pois ser mãe traz ao nosso espírito um aprendizado, traz uma conquista ao nosso ser, à nossa essência uma luz de amor, a incidirem sobre a nossa consciência espiritual, nos fazendo progredir.
Parabéns a todas as mães!
Latest posts by Adriana Machado (see all)
- Aprendizados que a mediunidade pode oferecer - 22 de abril de 2022
- Quais os maiores desafios da mulher no século XXI? - 24 de março de 2022
- Nada como se amar - 24 de janeiro de 2022