Uma palinha sobre a Doutrina dos Espíritos
- Onde surgiu: na França.
- Quando: em 1857 – 1º livro de espiritismo publicado – O livro dos espíritos.
- Quem codificou: Hippolyte Léon Denizard Rivail – que adotou o codinome de Allan Kardec.
- Como: O autor realizou um estudo sério sobre o Fenômeno das Mesas Girantes no qual descobriu manifestações inteligentes: os espíritos.
Princípios fundamentais
- Deus
- Jesus Cristo
- Espírito
- Perispírito
- Evolução
- Livre-arbítrio
- Causa e efeito
- Reencarnação
- Pluralidade dos mundos habitados
- Imortalidade da alma
- Vida futura
- Plano espiritual
- Mediunidade
- Influência dos espíritos na nossa vida
- Ação dos espíritos na natureza
Igreja Católica x Espiritismo
- Em 1889, quando foi instituída a República Brasileira, decretou-se a separação entre Estado e Igreja. Isso instalou a liberdade religiosa e todas as crenças ficaram em pé de igualdade, fato esse inaceitável para a hierarquia católica.
- As primeiras décadas do século 20 representaram, para a Igreja Católica no Brasil, uma busca pelo resgate da sua importância na sociedade enquanto religião da maioria da população brasileira.
- Para combater as outras crenças, que considerava como heréticas e não verdadeiras, a Igreja Católica passou a acusá-las de práticas demoníacas, elegendo como alvo principal o Espiritismo, no qual identificava a participação do demônio.
Neopentecostais x Espiritismo
No Brasil, as correntes protestantes pentecostais e neopentecostais – mais comumente conhecidas por Evangélicos – surgiram no século 20.
- Tiveram um destaque mais marcante a partir de 2004, com Edir Macedo, que colocou o diabo como uma figura ascendente na vida de muitas pessoas e igrejas.
- O segmento neopentecostal cresceu combatendo as entidades das seitas afro-brasileiras, espiritualistas e do Espiritismo, que tiveram grande difusão no País.
- As denominações são um processo comum para combater organizações e indivíduos tipificados por elas como adversários nos campos religioso, econômico, midiático e político.
Porque se considera que o Espiritismo não é de Deus
- Para os evangélicos, toda prática de mediunidade é uma entrega aos demônios. Estes invadem o corpo, buscam uma morada e utilizam nomes de pessoas famosas para enganar.
- Os demônios atuam no corpo todo ou em algumas partes: na perna, no braço, por exemplo. Médiuns que utilizam o braço para escrever estariam debaixo da ação do diabo para enganar as pessoas.
- Os centros espíritas, seriam locais que manipulam as pessoas para o lado dos demônios.
- A comunicação com os espíritos é uma das bases do Espiritismo, e no Brasil, o exemplo mais difundido dessa comunicação é a psicografia e seu maior representante é Chico Xavier.
A grande questão com a comunicação com os espíritos
Vamos transcrever um trecho do artigo de Paulo da Silva Neto Sobrinho para entendermos por que tanta resistência com a comunicação com os mortos:
“Os relatos bíblicos nos dão conta que o intercâmbio com os mortos eram fatos corriqueiros na vida dos hebreus. Por outro lado, quase todos os povos, com quem mantiveram contato, tinham práticas relacionadas à evocação dos espíritos para fins de adivinhação, denominada necromancia.
“Babilônios, egípcios e gregos a praticavam. Heliodoro, autor grego do III ou do IV século d.C., relata uma cena semelhante àquela descrita em 1Sm (Etíope 6,14). O Deuteronômio atribui aos habitantes da Palestina ‘a interrogação dos espíritos ou a evocação dos mortos’ (18,11).
“Os israelitas também se entregaram a essas práticas, mas logo são condenadas, particularmente por Saul (1Sm 28,3B). Mas, forçado pela necessidade, o rei manda evocar a sombra de Samuel (28, 7-25): patético, o relato constitui uma das mais impressionantes páginas da Bíblia.
“Mais tarde, Isaías atesta uma prática bastante difundida (Is8,19): parece que ele ouviu ‘uma voz como a de um fantasma que vem da terra’ (29,4). Manasses favoreceu a prática da necromancia (2Rs 21,6), mas Josias a eliminou quando fez sua reforma (2Rs 23,24).
“Então o Deuteronômio considera a necromancia e as outras práticas divinatórias como ‘abominação’ diante de Deus, e como o motivo da destruição das nações, efetuada pelo Senhor em favor de Israel (18,12). O Levítico considera a necromancia como ocasião de impureza e condena os necromantes à morte por apedrejamento (19,31; 20,27).”
Como podemos ver, a comunicação com os mortos – a mediunidade – é uma prática milenar de várias culturas e foi condenada ou adotada de acordo com as crenças e os interesses de seus líderes.
Proposta do Espiritismo
O Espiritismo se estabelece como uma ciência é uma filosofia com aspectos de religiosidade aberta, que busca religar as criaturas ao Criador, com raciocínios coerentes, situando-se em contexto de Modernidade, e não se baseando nas tradições humanas.
“Fé inabalável só o é a que pode encarar frente a frente a razão, em todas as épocas da Humanidade.”
A questão do julgamento
Com esse artigo, não temos o propósito de julgar as crenças que nos condenam, mas trazer um pouco mais de clareza em torno da Verdade que Deus encaminha para o crescimento da humanidade, por meio de todos os canais possíveis.
O Espiritismo tem sido alvo sistemático de julgamentos e condenações por parte daqueles que não se deram nem ao trabalho de estuda-lo sistemática e profundamente, para verificar que não há uma única diretriz que proponha o mal para que quer que seja.
Jesus, nosso Mestre e Guia, nos deixou um alerta com relação à interpretação de fatos, pessoas e crenças:
“Não julgueis, para que não sejais julgados. Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a Vós.”
O que é de Deus não passa
Deixemos que o tempo torne evidente a verdade. Para aqueles que não conhecem uma das máximas do Espiritismo, a deixamos aqui, como uma reflexão de que uma coisa não pode ser maligna se só prega o bem de cada ser: “Fora da caridade não há salvação.”
Ela encerra e consagra o princípio da igualdade perante Deus e da liberdade de consciência.
Maria José da Costa
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