O que é mediunidade?
Não podemos falar sobre aprendizados com a mediunidade se não conceituarmos o que seria a mediunidade por si só.
Ela é “A faculdade humana pela qual se estabelecem as relações entre homens e espíritos. É uma faculdade natural, inerente a todo ser humano, por isso, não é privilégio de ninguém”.[1]
Diante dessa definição, entendemos que todos nós temos essa faculdade, estando ela em um grau mais ou menos elevado.
Quando somos chamados de médiuns?
Quando viemos com um propósito de nos aprimorar por meio da atuação pela mediunidade, e a traremos em maior grau de sensibilização, como uma ferramenta de comunicação mais eficaz entre o plano espiritual e material.
Por que somos portadores dessa faculdade?
É interessante entendermos a razão de alguém escolher vir para este planeta-escola com esta faculdade. Ela traz para quem a possui, muito mais vantagens do que só servir como intermediário entre os dois mundos.
Logo de início, pode-se perceber que o contato mais direto do médium com os benfeitores espirituais o leva a estar frente a frente com os profundos conteúdos de seus ensinamentos. Trazendo-lhe, assim, a oportunidade de refletir com mais intensidade sobre sua própria transformação moral em todos os setores de sua vida.
Pensem comigo: se nós nos encontramos próximos a um sábio, e se estivermos abertos aos seus ensinamentos, poderemos ser presenteados com as lições extraídas de seu olhar mais esclarecido sobre a vida, voltado para as consequências de nossos atos no presente, nos preparando para o que virá em nosso futuro.
Ora, se com a mediunidade o seu portador fica mais próximo de bons conteúdos morais, eles, com certeza, o incentivarão a agir no bem, a perseverar no seu progresso, na busca de sua paz íntima e coletiva e na conquista da serenidade de sua consciência.
Então, fica claro que ser portador da mediunidade não tem ligação direta com o desenvolvimento moral de quem a possui. Mas sim dela ser um sustentáculo importante para manter, no caminho, um tarefeiro comprometido.
No livro “Quem perdoa, liberta”, de Wanderley Oliveira, pelo espírito José Mário, fala-se sobre isso:
“Quando O Livro dos Médiuns assevera, no item 226, que a mediunidade não guarda relação com o desenvolvimento moral, não podemos, daí, deduzir que a mediunidade com Jesus possa despontar em médiuns que apenas apresentam um largo poder sensitivo. O fenômeno é possível por qualquer médium, incluindo provas de veracidade informativa. Entretanto, quantos médiuns conhecemos nessa condição que permaneceram fiéis por dez, vinte, cinquenta, setenta anos na sua missão? Faltaram-lhes, além de poder mental, qualidades morais eternas.”
Qual a melhor postura para um tarefeiro mediúnico?
Se o médium adotar a postura de um humilde aprendiz, ele receberá recursos dos quais possa se valer para o seu equilíbrio psíquico, emocional e espiritual.
Isso porque, além do que já foi exposto acima, ao atuar, nas reuniões mediúnicas, no auxílio aos irmãos desequilibrados e sofredores, encarnados ou desencarnados, ele vai se liberando, sem perceber, de muitos compromissos do passado que foram adquiridos pela sua ignorância espiritual, tratando, por fim, de suas próprias dificuldades.
E por que isso é importante?
Porque a maioria dos médiuns falhou consigo mesmo, de uma forma ou de outra, em suas vivências anteriores.
O Livro dos Médiuns, nos traz em suas páginas, no item 220, pergunta de n. 3, o seguinte esclarecimento:
“Este dom de Deus não é concedido ao médium para seu deleite e, ainda menos, para satisfação de suas ambições, mas para o fim da sua melhora espiritual e para dar a conhecer aos homens a verdade.”
Esclarece Dona Maria Modesto, no livro “Quem sabe pode muito, quem ama pode mais”, de Wanderley Oliveira, cujo autor espiritual é José Mário, sobre a mediunidade e seus portadores:
“A mediunidade é uma luz de grande potência permanentemente acesa nos refolhos da mente. Graças à sua claridade, seus portadores enxergam com mais nitidez a natureza de suas imperfeições e conquistas no reino íntimo da sombra. Os médiuns não são intérpretes apenas do mundo espiritual; sobretudo, encontram nas suas faculdades extra-sensoriais uma sonda meticulosa com a qual são capazes de investigar, com mais profundidade, o mundo vivo das manifestações subjetivas de seu próprio inconsciente.”
Todos os seres humanos possuem esta faculdade natural e são inspirados o tempo inteiro pelo plano imaterial, seja de uma forma benéfica ou não. Para o médium que pode escutar o plano espiritual com mais propriedade, ele também poderá, se assim desejar, escutar com mais liberdade à sua própria essência a lhe esclarecer quais os pontos de seu caráter que estão mais do que na hora de transcender.
Para tanto, sendo natural ou não, para que o trabalhador mediúnico se torne um intermediário satisfatório para a tarefa que veio abraçar, é imprescindível que ele se dedique a estudá-la. Não há como utilizarmos qualquer maquinário em sua plenitude sem sabermos como o faremos funcionar em toda a sua potencialidade.
Conclusão
Diante de todo o exposto, concluímos que a mediunidade molda novos hábitos e desenvolve qualidades que levarão, com o tempo:
- À maturidade espiritual e à reforma íntima a quem se permitir vivenciá-la como um aluno humilde que sabe que tem muito a aprender;
- Que ela é uma dádiva, uma oportunidade redentora de depuração e não um carma, como se fosse uma espada sobre a cabeça de quem a possui pelos erros de seu passado desastroso;
- É uma benção que nos leva, de uma forma mais acelerada, a um crescimento íntimo e não um sacrifício pelos frequentes dias de dedicação ao próximo;
- É também uma fonte de cura, pois aqueles que a possuem não fogem dos reflexos cristalinos que revelam a imagem fiel de quem são e, portanto, lhes dá a oportunidade diária de trabalharem o que ainda é necessário transcender.
A mediunidade, portanto, é um presente precioso escolhido pelo seu portador para superar as suas dificuldades íntimas. Se usada bem, levar ao mesmo a leveza de sua consciência ante os desastrosos equívocos de uma vida ilusória do passado.
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